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Archive for the ‘DESAFIO de VINHOs’ Category


Bem, que a uva ícone argentina é a malbec e que ela originou na França a maioria já sabe, só que existe o Chile que corre por fora com algumas outras boas e interessantes opções de bons vinhos. Cerca de 70% dos Malbecs do mundo vêm da Argentina, mas ainda semana passada tomei um ótimo e surpreendente chileno, o Odfjel Orzada, porém hoje não é dia de falar dele nem dos Malbecs chilenos e sim da degustação ás cegas que organizei na Vino & Sapore onde coloquei seis rótulos de três diferentes países numa disputa direta á cegas. Vinhos da França, do Chile e da Argentina, por supuesto!

Foi um exercício hedonístico realizado com 13 apreciadores de vinhos, seguidores de Baco com sede de conhecimento e descobertas de novos sabores. Coloquei duas faixas de preço como parametrização de comparativo, uma de R$75 a 100 e a segunda de R$100 a 135. Interessante esse parâmetro porque por muitas vezes vimos o mais barato dando pau nos mais caros o que, desta vez, não ocorreu!

Um importante aspecto a considerar também, é que em Cahors (França), berço da uva, a AOC permite que com apenas 70% da cepa o vinho pode ser rotulado como Malbec, sendo comumente cortado com Tannat e Merlot. Outros rótulos presentes também levam um “tempero” de outra uva, porém em porcentuais bem menores. Como sempre, tentei trazer para a taça vinhos menos conhecidos tendo tido para isso o apoio dos importadores Mistral, Decanter, Wine Mais, Almeria e Berenguer imports

Malbecs do Mundo às CegasNa Faixa de R$ 75 a 100 – Chateau Chevaliers Lagrezzete 2005, Riglos Quinto 2010 e Perez Cruz Edicíon Limitada 2012

  • Chateau Chevaliers Lagrezette é francês de Cahors . A Malbec é aqui complementada por cerca de 12% de Merlot e 3% de Tannat, gerando um vinho saboroso, com aromas de média intensidade, taninos finos, retrogosto frutado com leve toque de especiarias . A idade parece que começa a pesar e gostaria de rever este vinho de uma safra bem mais jovem (2010 para cá) pois o potencial estava lá, porém foi sumindo na taça!
  • Riglos Quinto, argentino de Mendoza e o segundo vinho do produtor. Leva 12% de Cabernet Franc e com somente 6 meses de barrica de 2° uso, é pura fruta, nariz intenso, fresco, cremoso na boca, textura sedosa e muito bem equilibrado é um vinho que não nega fogo sempre que é aberto. Elegante, é um vinho que chama a próxima taça.
  • Perez Cruz Cot Edicion Limitada, é o representante chileno nesta gama de preços e para não variar, voltou a se dar bem. Cot é um dos nomes pela qual a malbec era mais conhecida na região de Cahors, a outra era auxerrois, tendo a Perez Cruz usado esse nome no rótulo em função da origem dos clones em seus vinhedos. Tem um temperinho de 5% de Petit Verdot e 2% de Carmenére e um dos vinhos com maior passagem em barrica que provamos nessa noite, 14 meses. A madeira está bem presente, porém sem se sobrepor á fruta, edoso, fruta madura, especiarias, boa textura num corpo médio, final de boca fresco com um leve toque amentolado. Um destaque nesta faixa!

Na Faixa de R$100 a 135,00 – Arroba Malbec de Autor 2009, Loma Larga Malbec 2009 e Chateau de Haut-Serre 2009

  • Arroba Malbec, do enólogo Carlos Balmaceda. ´, com apenas 5.000 garrafas produzidas foi o único 100% Malbec na disputa. De Mendoza, é exuberate no nariz, fruta madura, denso e carnudo, equilibrado, taninos doces e aveludados mostrando sua cara sem excessos e bem integrados, final de boca longa com notas achocolatadas. Um vinho que fez a cabeça de muita gente tendo mostrado muita tipicidade tanto da uva como da região.
  • Loma Larga Malbec, o representante chileno desta faixa de preços mexeu com o sensorial de muitos dos presentes. Vem de Casablanca o que quer dizer uma região mais fria com forte influencia marítima devido a sua proximidade com o mar e levou um tempero de 5% de Syrah. Doze meses de barrica imperceptível, só 20% novas, dando suporte a frutos negros, toque floral muito interessante, meio de boca gordo, acidez bem presente, harmonioso com um final longo e apetecível.
  • Chateau de Haute-Serre , o menos típico de todos os vinhos que se apreentaram. De Cahors, vem com 30% de tannat e merlot o que na minha opinião desvirtua um pouco pois altera em demasia as característica da uva principal que é a malbec. Tendo dito isso, é um vinho surpreendente e marcante que criou alvoroço na mesa. A complexidade impera tanto nos aromas como no palato, notas de salumeria, terra, algo mentolado e até arriscaria um leve alcaçuz, tudo muito equilibrado, ótima textura, bom corpo, taninos muito finos com um final longo com toques de café e cacau, bem diferente e saboroso.

Malbecs do Mundo Vino e SaporeComo estava servindo, as anotações acima foram rabiscadas num papel para posterior consulta e muitas sensações se perdem com o tempo, porém acho que o resumo está bem perto da realidade e os participantes podem, e devem, comentar e corrigir á vontade. Mais uma noite muito agradável em que os três primeiros vinhos foram também os mais caros:

3° Lugar – Arroba Malbec (Argentina/Mendoza)
2° Lugar – Loma Larga Malbec (Chile/Casablanca)
AND THE WINNER IS!
Chateau de Haute-Serre Malbec (França/Cahors)

Chateau de haute-serreUm Belo Vinho!

Na somatória das notas o país vencedor foi o Chile, seguido de França e Argentina. Até um próximo Desafio as Cegas, quando surpresas acontecem! Salute e kanimambo.

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Como tinha prometido na semana passada, eis a convocação para mais este Desafio às Cegas, desta feita tendo como tema a Copa do Mundo que se iniciará semana que vem. Dos treze países produtores escalamos sete para participarem deste evento trazendo para a taça os estilos ícones da produção de cada país. Os estilos ou castas que marcam esse país na vinosfera mundial, estarão presentes mostrando o que dada país tem de melhor com rótulos entre R$100 a 150,00. Será um tremendo desafio sensorial ao qual tão somente 14 pessoas terão acesso neste próximo dia 11 de Junho, um dia antes da abertura da da FIFA, veja só os convocados e reserve logo pois as vagas deverão ser tomadas rapidamente!

Flag Button BrasilBrasil – a grande marca da produção nacional de vinhos é sem dúvida alguma o espumante e eu convoquei a Cave Geisse com seu Geisse Terroir Nature, um dos melhores se não o melhor espumante nacional que em Novembro do ano passado levou um Desafio de Espumantes Top que eu montei e lá estavam presentes grandes feras internacionais! Vibrante, complexo, cheio de nuances como o nosso Neymar. Melhor início deste embate é difícil!!!

 

 

Flag button ArgentinaArgentina –não podia ser outra a uva, tem que ser Malbec! Não é só a uva ícone do país, pois a Argentina pôs essa casta de volta no mercado mundial e na própria França onde houve um verdadeiro “revival” em Cahors. Uma outra marca do país é o vinho de altitude, então uni os dois e deu Colomé Autêntico 2012, um vinho marcante da região de Salta e que obteve o segundo lugar em Abril último no Desafio de Malbecs, batendo grandes feras mendocinas, entre eles um Catena Alta Malbec! Mais para Messi do que para Mascherano. (Importação Decanter).

 

Flag button ChileChile – pensei muito, Cabernet ou Carmenére? Dúvida cruel, porém o Terranoble CA1 Andes Carmenére, com 91 pontos da Wine Spectator e da Wine Enthusiast, acabou tendo a preferência e se não é a uva mais plantada e que gera os melhores vinhos do país, certamente está sempre presente nos cortes e se tornou a marca do Chile, tipo Valdivia?! (importação Decanter)

 

 

Flag Button ItáliaItália – mais uma vez dúvidas, Piemonte ou Toscana entre outras regiões com um monte de belos vinhos e cepas? Optei por algo diferenciado (diversidade sempre!) que me chamou a atenção faz uns dois anos, o Palistorti Rosso di Valgiano 2009, um super toscano biodinâmico elaborado com Sangiovese / Merlot e Syrah com 92 pontos de Parker. Como Buffon e Pirlo, sempre confiável. (Importação Vínica)

 

 

Flag Button FrançaFrança – desta feita a dúvida ficou entre Bordeaux e Rhône, mas acabou mesmo ficando na margem esquerda de Bordeaux. Convoquei para representar o país, um Cru Bourgeois com uma leve predominância de Merlot (55%), Cabernet Sauvignon e um leve toque de Petit Verdot, de uma safra excepcional na região, é o Chateau Noaillac 2009. Tomei a safra de 2005 e amei, Jancis Robinson deu 16,5/20 pontos para esta safra que provaremos juntos! Como Ribéry, muito consistente. (Importação Decanter)

 

Flag Button EspanhaEspanha – Rioja, Ribera del Duero, Bierzo, Priorat, Navarra, as opções são muitas, mas acabei optando por um exemplar mais moderno de Rioja Alavesa, o Biga de Luberri Crianza 2010 a que Robert Parker deu 90 pontos na safra de 2010 e 91 na de 2007 assim como recebeu de Stephen Tanzer 91 pontos na safra de 2009. Esse não conheço, mas vindo de Rioja tem jeito Iniesta!  Resta-nos provar e conferir! (Importador Almeria)

 

 

Flag Button PortugalPortugal – Optei pelo Douro como poderia optar pelo Alentejo, Dão, Lisboa ou Tejo! Os vinhos portugueses estão numa fase excepcional, como Cristiano Ronaldo, e este Grandes Quintas Reserva 2010 que obteve medalha de Ouro no International Wine Challenge 2013 e 17,5/20 pontos da Revista de Vinhos portuguesa, é uma clara mostra disso. Mais interessante ainda é de que na lista de protagonistas desta Copa de Vinhos, é o mais barato! (Importador Adega Vilaflor)

 

vinosapore_400x400_1Como reservas técnicas, ainda temos dois vinhos, sendo um do Uruguai e outro da Austrália que poderão, ou não, aparecer neste evento e por isso mesmo não os relacionarei para não criar expectativas. Ainda teremos umas comidinhas ou pizza no final do evento para forrar o estômago enquanto somamos as notas e apuramos o ganhador da Copa. Tudo isso por meros cem reais, é melhor correr porque só de falar com alguns amigos já temos 6 reservas! Como sempre promoverei mais este evento nas intimistas instalações da Vino & Sapore (km24 da rodovia Raposo Tavares) onde estaremos rodeados por mais uns 400 rótulos, nossas testemunhas! Quer reservar, então envie sua mensagem para comercial@vinoesapore.com.br “a la brevedad”.
Por hoje é só, mas durante a semana tem mais. Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui e outros lugares de nossa vinosfera.

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Malbe day       O dia é hoje, porém em função da véspera de feriado decidimos celebrar no último dia 10 com um Desafio de Grandes Malbecs ás Cegas. Graaaandes malbecs estão pela hora da morte, com preços entre os R$500 a 1200,00 então optamos por encontrar vinhos de grande qualidade porém com patamares de preço algo mais viáveis, entre R$150 a 200 com uma surpresa no meio. Deveriam ter sido seis vinhos mais um espumante, porém na hora apareceu um penetra e completamos o Desafio com sete contendores ao trono de Melhor da Noite!

No salão, 12 jurados (!) apreciadores de bons vinhos, amantes de Malbec de vários níveis de conhecimento (uma fotografia do mercado). No balcão, os desafiantes devidamente cobertos por papel alumínio e numerados enquanto preparamos as papilas gustativas com um muito bom espumante Alma Negra Rosado de Malbec Brut da Mistral. Descobri esse espumante o ano passado nas mesmas festividades e desde lá volta e meia está presente nas mesas dos eventos que promovo. Marcante, surpreende na taça e no palato, um rosé de malbec que encanta desde os aromas sedutores até sua performance em boca, um espumante com mais corpo, rico, fresco, com uma ótima perlage. Bom solo e eu arriscaria tomá-lo acompanhando uma costelinha ou uma boa linguiça toscana na braza ou melhor ainda, um chorizo uruguaio! Ótima forma de começarmos nossa celebração da Malbec!

Bem, agora falemos dos vinhos tranquilos presentes e o resultado deste embate de pesos meio pesados testados em taças Riedel Overture.

  • Catena Alta Malbec 2009 (Mendoza) – Uma referência no mercado e um vinho para lá de premiado. Um bom vinho, estrutura média, frutado com um final algo apimentado, boa entrada de boca, equilibrado, pouco marcante e algo curto na taça. Preço R$210,00
  • Colomé Autêntico 2012 (Salta) – Fiquei preocupado a principio pois o vinho era muito novo, dei uma passada rápida pelo magic decanter, mas não negou fogo mesmo que fosse algo mais duro de inicio. Muito aromático, marcante meio de boca e de grande evolução em taça. Vinhedos centenários com clones das primeiras vinhas da região com mais de 150 anos. Preço R$155,00
  • Viu Manent Single Vineyard San Carlos Malbec 2008 (Chile – Colchágua) – Um adversário chileno que veio para brigar par a par com os rótulos argentinos. Taninos mais presentes, um vinho mais robusto, muito bom volume de boca, notas de especiarias bem marcantes, frutos negros, final de muito boa persistência. Vinhedos centenários. Preço R$175,00
  • Lagarde Primeras Viñas 2009 (Mendoza) – Aromáticamente marcante como um “pote” de frutas exuberantes sob a mesa. Equilíbrio total entre taninos, álcool e acidez, muito bom de entrada, meio e final de boca. Taninos são muito finos, daqueles que se apresentam sedosos na ponta da boca, sem excessos, bom volume de boca, untuoso. Um estilo bem sofisticado e menos over. Vinhedos de 1906 e 1936, as primeiras vinhas do produtor. Preço R$178,00
  • J. Alberto 2009 (Patagônia) – Pura finesse e elegância desde a primeira ‘fungada”! rs Fruta fresca, algum floral com um toque de madeira de fundo muito bem colocada que “levanta” o conjunto. Vinho denso, muito rico, com um meio de boca delicioso e marcante, taninos aveludados e muito longo. Leva uns imperceptíveis 5% de merlot no corte. Vinhedos de 1955. Preço R$195,00
  • Casarena Jamilla’s Vineyard Pedriel 2010 (Mendoza) – Confirmou na taça tudo o que venho falando dele desde que o descobri na Wines of Argentina do ano passado. Pedriel costuma gerar vinhos algo mais duros, mas este exemplar quebrou esse paradigma. O vinho se apresentou muito fino com uma bela e convidativa paleta aromática, fresco, taninos aveludados, elegante, madeira muito bem integrada, um vinho muito bom num estilo, digamos, mais europeu de ser com taninos aveludados, cremoso na boca e incrivelmente sedutor! Preço R$147,00

Chegou o Penetra! Na França, de onde origina, a malbec era também conhecida como Auxerrois e Cot. O penetra chegou trazendo COT no rótulo, porém não era francês não, era chileno!

  • Perez Cruz Cot Limited Edition 2011 (Chile – Alto Maipo) – um belo vinho. Carecia da mesma estrutura e complexidade da maioria de seus oponentes, eram de outra categoria (este é meio-médio), mas cumpriu com brilhantismo seu papel fazendo seus oponentes suarem! rs Sedoso, fruta madura, especiarias, boa textura num corpo médio, final de boca fresco com um leve toque de mentol. O vinho mais barato do encontro, R$98,00 mas que fez bonito e leva um tempero de Petit Verdot e Carmenére .

AND THE WINNER IS

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           È gente, quando a degustação é às cegas e não se sabe o que está em sua taça nem o preço, as coisas mudam e este vinho realmente surpreendeu a maioria sendo o mais barato dos desafiantes originais, sem contar o penetra. A foto abaixo mostra a ordem (direita para esquerda) da classificação dos vinhos nessa noite e para esse grupo de pessoas. Todos vinhos de muita qualidade e uma noite realmente surpreendente para 12 privilegiados participantes de mais este Desafio de Vinhos às Cegas, uma já tradicional marca deste blog que desde 2008 iniciou esses embates e que agora voltei a realizar só que desta vez na Vino & Sapore.

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O meu resultado foi algo diferente com o Lagarde em primeiro sendo seguido por Casarena, J.Alberto e Colomé muito próximos, todos entre 92 a 94 pontos! Para quem gosta de Malbecs, uma bela seleção de vinhos. Aproveitem, hoje abram uma boa garrafa dessa uva ícone de nossos hermanos argentinos, mas não fechem suas mentes e taças a vinhos de outras origens, pois há muita coisa boa por aí a se provar.
A favor da diversidade e contra a mesmice, salute, kanimambo e Feliz Páscoa.

 

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         No último dia 26 de Outubro, tivemos o prazer de realizar na Vino & Sapore um embate bastante interessante. Importante diferencial é que ele foi feito com consumidores e não críticos de vinho, consequentemente entendo que seja uma visão mais hedonística e privilegiada do pensamento de boa parte do mercado. Nesse desafio às cegas com cerca de apenas 30/40 minutos de aeração dos vinhos, colocamos frente a frente um Ícone dos cabernets chilenos o consistente e respeitado Don Melchor com suas 22 edições, este o de 2007, e da mesma safra também o Manso de Velasco que dispensa apresentações. Afora esses dois mais conhecidos, mais três rótulos menos midiáticos porém, a meu ver, de grande valor o que me fez escolhê-los para este embate; Anya Ícono 2010, William Févre Chacai 2008 e Casa Lapostolle Cuvée Alexandre  2009. Óbvio que melhor seria se todos fossem da mesma safra, porém isso é um pouco complicado de se conseguir.

        O mais interessante, mais uma vez provando que conceitos genéricos neste mundo do vinho não têm vez, é que cada um desses vinhos mostrou uma cara bem diferente dos outros. Vejamos como cada um se comportou:

Concha y Toro Don Melchor 2007 –  com 3% de Cabernet Franc mostrou ser, como sempre, super consistente tanto que creio que em 22 edições somente em uma meia dúzia andou por baixo dos 90 pontos na visão da grande critica. A referência em cabernets chilenos junto com mais uma meia dúzia de importantes e renomados rótulos. Eu o considerei bastante pronto a beber apesar de ainda ter aí mais uns bons seis anos pela frente de franca evolução. De inicio fechado no nariz, abre-se aos poucos mostrando-se bastante frutado. Muito equilibrado na boca, taninos muito finos, complexo, boa acidez, ótimo final de boca, muito boa persistência, um vinho sem arestas e muito apetecível, feito para agradar. Um caldo muito bom, mas acho os sugeridos R$400 de preço de venda algo fora de propósito, porém é um vinho que tem seu histórico, seus séquito e quem pague então a vinícola o precifica bem sendo que até no Chile anda caro, por volta dos 130 dólares. Este exemplar veio de um amigo que o trouxe da Inglaterra, 50 libras, especialmente para este momento. Importação  VCT Brasil.

Casa Lapostolle Cuvée Alexandre 2009 – com 15% de Carmenére, ainda muito jovem e algo desbalanceado com o vegetal da carmenére se sobrepondo ao cabernet sauvignon e álcool aparente tanto no nariz como na boca. Os 40 minutos foram pouco e creio que deveria melhorar com mais uma hora de aeração quando deveria encontrar seu ponto de equilibrio. Custa ao redor dos R$120,00 mas neste embate mostrou-se um patamar abaixo dos restantes competidores. Importação Mistral.

Torres Manso de Velasco 2007 – um 100% Cabernet Sauvignon de vinhas velhas, potente, complexo, rico, equilibrado com taninos ainda bem presentes, encorpado porém com taninos finos e aveludados de muita qualidade. Um senhor vinho, melhor de boca que de nariz, que faz jus a sua fama e vai durar muitos anos ainda, vinho que não é para gente ansiosa! rs Dê-lhe tempo, compre agora e tome daqui a dois ou três anos acompanhada por uma paleta de cordeiro ou picanha suculenta! Vinho na casa dos R$190/200,00 aqui em Sampa. Importação Devinum.

William Févre Chacai 2008 – com 15% de Cabernet Franc, um vinho absolutamente sedutor no nariz que te convida a levar a taça à boca. Aromas intensos de frutos vermelhos e alguma especiaria. Na boca mostra uma certa complexidade, rico, boa estrutura, taninos finos e sedosos, final de boca muito agradável e fresco que pede o próximo gole. Certamente o vinho mais pronto e vibrante de todos apresentados, tendo entusiasmado a maioria. Custa ao redor de R$130,00 porém a nova safra que obteve 93 pontos no Descorchados 2012 (igual ao Don Melchor), deve chegar por volta dos R$190,00 e virá em quantidade minguada que deve sumir rapidamente! Importação Dominio Cassis.

Anya Ícono 2010 – o mais jovem dos vinhos e o que mais se ressentiu da falta de um maior tempo de aeração. Foi também o mais intrigante dos vinhos provados neste noite com aromas animais, estrebaria se sobrepondo á fruta que aparece mais ao longo do tempo na taça. Na boca é cheio, untuoso, encorpado pedindo comida e certamente será um grande companheiro para uma carne suculenta como um bife de chorizo! Recebeu 92 pontos da revista Vinho Magazine e custa ao redor dos R$115,00 o que o transforma no best buy deste embate e um vinho para comprar e guardar abrindo uma garrafa aqui outra daqui a seis meses, depois mais seis,…… Importador Palácio dos Vinhos.

         Óbvio que a esta altura vocês já está mesmo é querendo saber quem foi o ganhador e concordo, já não é sem tempo! Há no entanto, que se considerar que o painel foi muito parelho tendo havido votos de primeiro lugar para 4 dos 5 competidores. Eis a classificação abaixo:

  1. William Févre Chacai 2008

  2. Don Melchor 2007
  3. Manso de Velasco 2007
  4. Anya Ícono 2010
  5. Cuvée Alexandre 2009

     Mais um desafio realizado e mais uma vez a constatação de algo que ao longo dos anos neste blog acontece muito amiúde em nossos painéis e desafios, nome não ganha campeonato! Ás cegas, o que vale mesmo é vinho na taça assim como no futebol é bola na rede. Por isso curto tanto a diversidade e o garimpo por coisas novas saindo da mesmice, é isso que faz viajar por nossa vinosfera uma experiência única e tão prazerosa. Por falar em viajar, um amigo leitor, o Guilherme, vai compartilhar conosco sua experiência pelos vinhedos da África do Sul nesta próxima Quinta-feira, não deixe de sintonizar neste canal! Salute e kanimambo.

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                É saí de férias, mas programei este post para vos deixar tentados por esta proposta. Juntar os amigos e despertar os sentidos numa degustação às cegas ou simplesmente curtir os vinhos, a escolha é sua, só a seleção que é minha e garanto que vai ser bem legal.  Dando sequência aos meus Desafio de Vinhos  e aproveitando que a Espanha faturou o campeonato e ganhou de Portugal no processo, pretendo lançar junto com a Vino & Sapore, um Desafio Ibérico diferente. A tradicional banca degustadora se reunirá em dia e local a ser definido após a minha volta, só que desta vez você amigo leitor também poderá participar. Os mesmos vinhos que degustaremos neste embate Portugal x Espanha, você também poderá degustar comprando um kit Desafio Ibérico na Vino & Sapore. Depois, após a publicação do resultado do Desafio aqui no blog, você poderá comparar suas notas e avaliação. Numa caixa de vinho, três representantes espanhóis e três portugueses, uma garrafa de cada:

  • Espanha – Códice (Tierra de Castilla) R$46 / Cuatro Pasos (Toro) R$65 e Viña Sastre Roble (Ribera del Duero) R$78.
  • Portugal – Quinta do Casal Branco (Ribatejo) R$54 / Quinta de Roriz Reserva (Dão) R$67 e Bafarela Reserva (Douro) R$84.

            Todos vinhos de muita qualidade em sua faixa de preço, vinhos que provei, recomendo e cabem no bolso. Um de cada, Espanha e Portugal, na faixa dos R$50, dos R$65 e dos R$80 mais ou menos 5. A preços de prateleira, teríamos um custo total de R$391,00, mas nesta promoção haverá 10% de desconto para uma caixa e 15% para pedidos de duas caixas ou mais. Como estarei de férias, envie sua reserva para comercial@vinoesapore.com.br (não precisa pagar agora) com seu nome, região onde mora, telefone para contato e quantidade de caixas desejadas. Na volta eu trato desse assunto entrando em contato com cada um. Junte sua turma e faça esse Desafio Ibérico, a diversão é garantida e o prazer idem!

          Vejamos se o resultado no copo é igual ao do campo de jogo, eu cá tenho minhas dúvidas! Por enquanto é isso, na volta das féria falamos. Salute e kanimambo.

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              Adoro estes meus Desafios de Vinhos quando coloco às cegas uma série de rótulos sob um mesmo tema. Falar e provar desta cepa ainda pouco divulgada no mercado foi em si, já um grande desafio e uma experiência riquíssima para mim e, tenho a certeza, também para boa parte da banca degustadora. Aliás, quase deu casa cheia!

     Venho ao longo dos tempos verificando os benefícios que um pouco desta cepa bordalesa nos cortes de diversos vinhos consegue fazer por eles. Sempre em pequenos porcentuais, a Petit Verdot aporta cor, sabor e corpo aos vinhos dando-lhes uma riqueza e complexidade que muito me satisfazem. É uma cepa difícil em sua terra natal, de amadurecimento muito tardio o que muitas vezes faz com que boa parte da colheita se perca tornando seu uso escasso e caro devido à quebra de produtividade. Nos países mais quentes no entanto, esse tempo de amadurecimento se dá de forma mais administrada devido ás condições climáticas. Um exemplo no Velho Mundo são os vinhos espanhóis, região de verões mais quentes e longos, elaborados com ela.

               Já no Novo Mundo, de condições climáticas mais adequadas, a cepa vem sendo vinificada como varietal com a ocorrência de um fato que já verificamos na vinificação de vinhos Tannat, que é a “amansada” nos vinhos, produzindo rótulos mais harmônicos, menos tânicos enquanto preserva suas características de estrutura  e riqueza de sabores. Foi para ver como estes vinhos se comportam que, desta feita, reuni dez exemplares para este Desafio na busca do Melhor Vinho, melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra.

                  Nos reunimos no bonito e bom restaurante Ávila, que por sinal possui uma bela adega climatizada construida pela Joshuá Adegas, onde o Tavares e sua equipe nos atenderam muito bem.  Nove rótulos de que todos tinham conhecimento mais um surpresa, foram servidos ás cegas e em ordem aleatória após alguns saborosos e refrescantes goles de dois espumantes sobre os quais falarei em outra altura. Certamente o que os amigos querem mesmo saber, é o resultado desse gostoso embate, então falemos um pouco de cada um desses vinhos participantes julgados por uma competente banca de degustadores conforme já listado em meu post anterior com a lista dos participantes .

              Como o aereador que iríamos testar não chegou a tempo, os vinhos foram decantados por cerca de uma hora cada um. Eis os vinhos com suas notas conforme ordem de serviço.

Enrique Mendoza Petit Verdot 2005 representante espanhol de Alicante, trazido pela Peninsula e que possui um preço de mercado ao redor de R$120,00. No nariz uma presença  herbácea e algum foral que fazia lembrar violetas. A fruta apareceu mais no palato, de taninos redondos e macios, complexo, um pouco fechado abrindo-se com o tempo em taça, final algo defumado e quente sem prejudicar o conjunto que agradou bastante e posteriormente acompanhou bem a fraldinha. Média de 86,7 pontos.

Pisano RPF Petit Verdot 2007 representando os bons vinhos uruguaios. Importação da Mistral, custa USD31,50 ou seja, algo próximo a R$57 nas taxas atuais. Uma paleta olfativa muito rica, o que não é tão tradicional á cepa, em que o café com aniz estava bem presente, toffee, baunilha, realmente muito interessante e convidativa. Na boca a boa estrutura da cepa, taninos aveludados e de boa qualidade, algo balsâmico com um final suave onde apreceram alguns toques de especiarias. Obteve a média de 86,20 pontos

Morkell Petit Verdot 2004, sul-africano trazido pela d’Olivino, preço ao redor de R$130,00, o mais evoluído de todos os rótulos participantes. Halo de evolução presentes na taça mostrando sua idade, trazendo ao olfato suaves notas tostadas e fruta vermelha. Na boca é um vinho resolvido, de boa textura e volume de boca adequado, algo de couro com nuances terrosas, maduro, muito rico, complexo, de taninos finos, macios e elegantes, final de boca sutil e saboroso mostrando toques minerais. Um vinho literalmente encantador, sem a pujança que se poderia esperar da cepa, porém mostrando uma personalidade muito própria e impressionando muito positivamente a totalidade da banca degustadora. Um belo Petit Verdot, um grande vinho que merece ser conferido, aliás como a maioria dos outros rótulos presentes, tendo faltado garrafa para tanta demanda. Delicioso e a nota só confirma isso, média de 90,70 pontos.

Perez Cruz Limited Edition PV 2008, o primeiro chileno da noite e ainda não disponível no Brasil. O importador dos bons vinhos deste produtor, a Wine Company, deverá estar por trazê-lo dentro em breve, mas este viajou somente para este encontro. Baseado no preço do Syrah, acredito que deverá chegar por volta dos R$130,00. Nariz complexo, herbáceo, algo de farmácia e um tico a mais de álcool do que necessário, porém sem ser algo marcante que incomode. Na boca, presença de mentol, alguma casca de laranja confeitada, taninos de qualidade ainda um pouco adstringentes, mostrando-se muito novo, grande estrutura, vinho que precisa de mais tempo em garrafa quando deverá mostrar todo o seu potencial. Vinho para guardar por mais uns dois ou três anos. Média de 87,10 pontos.

Trumpeter Reserva Petit Verdot 2008, o primeiro argentino a se apresentar, novo, com nariz tímido, frutado com algumas nuances florais bem sutis. Na boca sobra um pouco de álcool, taninos um pouco rústicos e doces, final de especiarias com algo de noz moscada, conforme lembraram alguns dos degustadores. Não chega a encantar, mas acredito que precisa de mais tempo em garrafa já que ainda não encontrou seu equilíbrio. Trazido pela Zahil e custando cerca de R$64,00, obteve a média de 84,95 pontos

Landelia Petit Verdot 2005, importado pela Ana Imports e gentilmente cedido pelo colega e membro da banca, o Jeriel da Costa, com preço de mercado ao redor de R$60,00, foi um vinho ansiosamente esperado diversos dos amigos presentes. Foi também o vinho que mais criou polêmica com um pedaço da mesa achando que estava prejudicado e aoutra metade enchendo-o de elogios. No nariz mostrou notas de torrefação e algo químico que foi se dissipando com o tempo. Na boca, fruta compotada, taninos potentes e algo rústicos, alcaçuz, acidez alta e final de boca macio. A nota média não foi das melhores, 83,90, mas por tudo o que falaram deste vinho, certamente é um rótulo que merece uma segunda chance.

Tomero Petit Verdot 2006, mais um argentino presente, desta feita trazido pelas mãos da Domno do Brasil produtor dos saborosos espumantes Ponto Nero, em especial do extra-brut de que tanto gosto. Um vinho que já se encontrou, tendo mostrado sua maturidade tanto nos aromas como no sabor. Fruta madura de boa intensidade com sutis nuances de baunilha, mostrando-se com ótimo volume de boca e boa textura. Os taninos estão sedosos, muito boa acidez, rico, com um final muito saboroso e mineral onde aparece também um toque cítrico muito interessante e cativante. Muito consistente com minhas experiências anteriores, um vinho que obteve a boa média de 88,10 pontos.

Casa Silva Gran Reserva Petit Verdot 2007, de importação exclusiva da Vinhos do Mundo com um preço de mercado ao redor dos R$89,00, foi um vinho que insisti que estivesse presente já que o tinha conhecido, e adorado, numa degustação da Casa Silva em que estive presente no ano passado. Chileno, demonstrou notas herbáceas, couro e nuances balsâmicas no olfato, formando uma paleta algo peculiar e não muito convidativa. Na boca mostrou-se melhor, redondo, taninos aveludados, bom corpo e um final especiado bastante acentuado de média persistência que não chega a encantar.  Achei que o 2006 (recomendo) que provei estava bem superior a este, talvez mais pronto? Média de 84,45 pontos.

Pomar Petit Verdot 2008, o nosso vinho surpresa e sim, Cristiano, é Venezuelano sem importador no Brasil. Da mesma bodega que nos surpreendeu a todos no Desafio de Cepas Ícones, desta feita ficou aquém do que se esperava e mais um dos rótulos em que as notas variaram demais. Tipo ame-o ou deixe-o!  Nariz intenso, frutado, mas algo monocromático, sem grande complexidade que não chega a empolgar. Entrada de boca algo dispersa que necessita de tempo para se encontrar. Acidez instável, algum álcool em excesso, taninos macios e um final algo doce. Um adolescente irrequieto e imprevisível que melhorou com um tempo em taça e, mesmo com todas essas variáveis, obteve a surpreendente média de 85,11 pontos. Preferi o Reserva, um blend mais equilibrado.

Ruca Malen Reserva Petit Verdot 2007, o último representante de uma noite muito gostosa e intrigante repleta de bons vinhos. Argentino, importado pela Hannover Vinhos, foi para mim a mais agradável surpresa de todas, especialmente em função do preço, somente R$54,00. Possui uma paleta olfativa com forte presença de frutas negras compotadas com um leve toque de farmácia, mostrando-se bastante convidativa. Na boca possui boa estrutura, volume de boca adequado, taninos finos ainda presentes, mas sem qualquer agressividade, equilibrado com uma acidez interessante e gastronômica, final saboroso ainda que a madeira tenha aparecido um pouco.  Nota média de 86,25 pontos.

 Sempre listo a preferência de cada um dos membros da banca degustadora, mas hoje não “carece”! Pela primeira vez em mais de um ano destes Desafios, tivemos uma unanimidade em torno do Melhor Vinho Petit Verdot da noite, o Morkell. Realmente um grande vinho e Nelson Rodrigues que me perdoe, neste caso a unanimidade foi sábia! Para compor o pódio, em segundo lugar o ótimo Tomero, seguido pelo Perez Cruz, Enrique Mendoza e Ruca Malen. Pelo voto direto, a Melhor Compra foi o Pisano RPF e pelo cálculo matemático inventado pelo amigo e confrade (médico fisiologista do glorioso alvinegro praiano, salve/salve, campeão paulista 2010) Dr. Luis Fernando, tivemos como Melhor Custo x Beneficio o Ruca Malen.

             Uma grande noite em que ficou constatado que há muito mais vida além dos cabernets e malbecs que andam por aí. Temos que nos abrir para as novidades, para novas experiências, para as cepas menos comuns, porém extremamente ricas. Kanimambo à banca degustadora pela agradável presença, lembrando que os comentários, assim como as notas, são o resultado da média do pensamento de todos e que, certamente, cada um tem sua própria avaliação/opinião que deverá aparecer nos blogs do Alexandre, Jeriel, Álvaro e Evandro que são sempre ótimas fontes de informação. Por sinal, meus parabéns ao Evandro, seu blog da Confraria 2 Panas está detonando, legal!

              Salute, e agora preciso pensar no próximo desafio, o de Junho. Que tema, que vinhos, que lugar? Nos vemos por aqui.

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                    O primeiro grande Desafio do ano em terras tupiniquins. Em 2010 já promovi o de Aussie Whites na Wine Society, o de espumantes num embate LusoxBrasileiro em Lisboa, um encontro de avaliação de 25 rótulos e agora este, um Desafio de Vinhos Petit Verdot. Esta uva, de difícil trato no Velho Mundo, especialmente em seu berço francês, devido a amadurecer muito tardiamente com perdas muito grandes, aporta corpo, cor e alguns aromas florais muito interessantes aos blends. Por sua dificuldade de cultivo, é tradicionalmente usada em blends com uma pequena parte do corte já que sua presença é muito marcante. No Novo Mundo, com condições climáticas diferenciadas e com a maior tecnologia, tanto de manejo quanto de vinificação, disponíveis hoje em dia, vimos diversos rótulos no mercado com vinhos elaborados com 100% desta cepa. Tenho tido ótimas e positivas surpresas, então nada melhor que colocar diversos destes rótulos frente a frente para buscar aquele que, nesse embate, demonstre todas as suas qualidades na disputa pela triplice coroa. Vejamos quem serão os competidores, lembrando que foram convidadas diversas importadoras e estas abaixo apoiaram o evento:

  • Tomero Petit Verdot – Argentina – Importação da Domno do Brasil
  • Perez Cruz Limited Edition PV 2008 – Chile – Wine Company (ainda não disponível no Mercado)
  • Morkell Petit Verdot 2004 – África do Sul – D’Olivino
  • Ruca Malen Reserva Petit verdot 2007 – Argentina – Hannover Vinhos
  • Pisano RPF Petit Verdot 2007 – Uruguai – Mistral
  • Trumpeter Reserva Petit Verdot 2008 – Argentina – Zahil
  • Enrique Mendoza Petit Verdot 2005 – Espanha/Alicante – Peninsula
  • Casa Silva Gran Reserva Petit Verdot 2007 – Chile – Vinhos do Mundo
  • Landelia Petit Verdot 2005 – Argentina – Ana Import (Contribuição do confrade Jeriel)
  • Surpresa (não tem graça se não tiver um) 2007

     Dez desafiantes ao titulo de Melhor Vinho, Melhor Compra e Melhor relação Custo x Beneficio que passarão pela avaliação e crivo de uma banca degustadora composta por: Denise Cavalcante (jornalista e assessora de imprensa especializada em vinhos), Jeriel da Costa (Blog do Jeriel), Daniel Perches (Blog Vinhos de Corte), Alexandre Frias (Diario de Baco e Enoblogs), Marcio Marson (Eivin), Álvaro Galvão (Blog Divino Guia), Ralph Schaff (Restauranteur), Ricardo Tomasi (Sommeliere/Specialitá Vinhos), Evandro Silva e Francisco Stredel (Confraria 2 Panas), José Roberto Pedreira e Fabio Gimenes (Clube do Vinho de Embu), Marcel Proença/Eduardo Milan e Dr. Luis Fernando (com a faixa de campeão paulista no peito) todos enófilos tarimbados na arte da degustação e euzinho aqui. Uma banca á altura do Desafio e dos vinhos presentes que estão posicionados numa faixa de preços entre R$60,00 a 130,00.

          Pela robustez da cepa, creio que os vinhos mais antigos levam alguma vantagem por já se encontrarem mais prontos, mas como não existem verdades absolutas em nossa vinosfera, podemos esperar de tudo. De qualquer forma o ideal será decantar todos esses vinhos, talvez umas duas horas para os mais novos e os 2004/05 por pelo menos uma hora, o que será um pouco complicado já que são dez vinhos. Daí que pensei na solução ideal que encontrei na Expovinis e que explica essa foto aí em cima. O fato de decantar tem duas funções, a de efetivamente decantar resíduos (borra) de vinhos não filtrados e aerear o vinho fazendo com que no contato com o oxigênio, este evolua mais rapidamente amaciando taninos e enaltecendo aromas e sabores. Este “wine gadget” promete fazer isso num piscar de olhos e achei que este Desafio fosse um momento especial para o experimentar. Com a ajuda do Stanley Adwell, responsável pela expansão de negócios da Vinturi Essential Wine Aerator na Améria Latina, vamos ter um kit desses disponível para a prova quando farei o seguinte; para os vinhos mais idosos darei uma passada pelo aereador e os mais jovens duas passadas. Depois falarei mais deste inovativo sistema inventado por Rio Sabadicci nos Estados Unido, mas para os mais impacientes, acessem o link para a Vinturi (inglês) clicando aqui.

             Onde? Sempre muito importante o local que nos recebe para a prova pois o trato e serviço dos vinhos assim como o cardápio do jantar que é servido em seguida, é essencial para a degustação que será feita. Pois bem, já faz um tempinho que a Denise vem me enviando releases sobre o Restaurante Ávila que venho publicando como um local a ser conferido. Agora chegou a nossa vez de conferir pois eles serão nossos anfitriões esta noite. Depois comento como foi, mas para os mais apressadinhos, vejam o site deles, realmente o local é muito agradável e bem montado.

Salute e kanimambo. Nos próximos dias só Itália, confiram aqui os vinhos da I Mori, trazidos da Toscana pela Gam Imports e o resultado de uma bela prova de vinhos Barbera do Piemonte.

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Bem, certamente que os amigos Rui e João Pedro  tecerão seus próprios comentários sobre este agradável encontro com os espumantes e, especialmente, com as pessoas. Quisera eu ter a verbe de um Rui ou de um Luiz Horta para poder colocar exatamente tudo o que foi este evento ocorrido em Loures, próximo a Cascais, com um delicioso jantar promovido pelo Grand Chef Jean-Pierre Carvalhô, um amante não só do vinho como da boa gastronomia, mas vai do meu jeito mesmo. Certamente um dos melhores Desafios de Vinhos que já realizei, até porque o anfitrião fez questão de despejar sobre a  mesa algumas preciosidades engarrafadas, após 11 espumantes! (desses falo num outro dia)

            Pela primeira vez um destes desafios foi efetuado ás claras o que foi uma quebra de paradigma. O Chandon Excellence e o Valduga 130, foram degustados no dia seguinte em uma degustação do Dão com o produtor João Tavares de Pina da Terras de Tavares (mais um de meus célebres desencontros) com a presença de um outro blogueiro luso que não tive a oportunidade de conhecer nesta viagem já que um compromisso de última hora fez com que ele não pudesse comparecer, é o Miguel da Pingamor. O resultado individual então, é a soma das notas dividida pelo número de degustadores e o resultado por país contempla os cinco portugueses e cinco brasileiros excluindo o de maior e o de menor nota média individual.

             O resultado traz à tona a grande fase pela qual passa a produção de espumantes brasileiros sejam eles Brut, Extra-brut, Nature, método champenoise ou charmat, mas também mostra que os os espumantes portugueses são páreo. Não entrarei em detalhes sobre os espumantes brasileiros, deixarei isso para os amigos João Pedro e Rui, até porque no Grande Desafio de Espumantes realizado no final do ano passado teve ampla divulgação e seria chover no molhado. Desta feita, o espumante que mais se destacou entre os brasileiros foi o Miolo Millésime (a melhor garrafa deste espumante que já tomei) ao qual pela primeira vez dei 90 pontos. Divino; complexo, ótima acidez, rico e com uma perlage fina, abundante e persistente, um grande espumante. Um outro que nos trouxe muito prazer ao tomar confirmando sua performance  no Grande Desafio de Espumantes, foi o Ponto Nero Extra Brut um dos menos valorizados rótulos nacionais o que faz com que sua relação qualidade x preço x prazer seja hoje uma das melhores no mercado e espero que assim permaneça. Com uma performance constante, o Cave Geisse Nature é um espumante de grandes qualidades mostrando sua matiz altamente gastronômica que satisfaz sobremaneira, tendo o Salton Evidence e o Villaggio Grando Brut, representando Santa Catarina, confirmado o que deles se esperava e o VG promete um belo futuro já que é sua primeira safra e o único exemplar brasileiro, pelo menos que eu conheça, que tem em sua composição a casta Pinot Meunier, ficando o Chandon Excellence e o Valduga 130 como sempre, entre os melhores da prova.

         Do lado português, a meu ver dois grandes destaques o Vértice Gouveio e o Caves Montanha 2003 da região da Bairrada. Dos desafiantes portugueses, no entanto entrarei um pouco mais em detalhes, lembrando que neste caso, diferentemente dos tradicionais Desafio que promovo, os comentários não são o resultado da média da banca degustadora, mas unicamente uma coletânea de minhas anotações e impressões:

  • Quinta de Cabriz Bruto, um blend de Malvasia Fina e Bical produzido na região do Dão, pelo grupo Dão Sul. Talvez o mais simples de todos os espumantes provados, um rótulo muito em linha com a grande maioria dos bons espumantes médios brasileiros mostrando-se bem agradável de tomar, porém sem grandes atrativos que lhe dessem um destaque digno de ser mencionado.
  • Murganheira Super Reserva Bruto, elaborado com as castas Malvasia Fina, Cerceal e Tinta Roriz na região de Tavora-Varosa a primeira DOC de espumantes a ser implantada e situada na região do Douro. Para minha surpresa, eu que sou um fã dos Murganheiras, apesar de um espumante bastante agradável, foi o que menos me entusiasmou entre o total dos vinhos provados.  Saboroso, fresco, mas pouco marcante no palato apesar do bom nível de acidez, faltando-lhe complexidade. Bom, mas não chega a encantar.
  • Kompassus Bruto, um Blanc de Noir elaborado com Touriga Nacional e Baga na Bairrada, mas que apresenta em seu contra-rótulo a adição de Arinto, uma casta branca, mistério que quem sabe algum amigo português ou o próprio produtor possa nos elucidar. É a coqueluche do momento em Portugal continental, mas não foi um espumante que me cativou achando-o um pouco monocromático.
  • Cave Montanha Bruto Super Reserva 2003, blend muito interessante de Chardonnay com Arinto, também da região da Bairrada. A Arinto, com sua fruta e acidez aporta um frescor muito grande ao vinho cortando um pouco da untuosidade do Chardonnay que me pareceu ter uma leve passagem por madeira, mas posso estar errado. Como não consegui obter grandes informações do site do produtor, fica difícil afirmar. Agora, foi um dos espumantes mais interessantes provados nessa noite, muito complexo, guloso e intrigante, com bom corpo e muita personalidade que não passa despercebido pela taça, deixando rastros e indagações.
  • Vértice Gouveio, o único varietal presente ao Desafio e oriundo da região do Douro. Um belo espumante, mais para o estilo de um cava que de um champagne, mostra-se muito equilibrado, frutado com leves notas de panificação, perlage muito boa e fina mostrando-se bastante persistente com uma acidez cítrica muito atraente que pede sempre mais uma taça. Minha mais alta pontuação entre os espumantes portugueses provados e um caldo vibrante que cativa fácil.

      Agora você já deve estar para lá de curioso para saber o resultado final, não? Pois bem, não o farei esperar mais, o desafio quem levou foi o Brasil e o Grande Campeão do Desafio, aquela garrafa a que o Rui tanto se chegou, foi o Miolo Millésime, sendo seguido pelo Vértice Gouveio e logo em seguida pelo Ponto Nero Extra Brut. Completando o pódium com a mesma pontuação média do Ponto Nero, só que bem mais caros, o Valduga 130 e o Chandon Excellence. Veja os resultados gerais na tabela abaixo:

Rótulo Média de Pontos Classificação
Kompassus Blanc de Noir Bruto

87

9

Vértice Gouveio

91

2

Quinta de Cabriz Bruto

86

12

Montanha Bruto 2003

88

7

Murganheira Super Reserva

87

10

Total Portugal

439

 

 

Villaggio Grando Brut

86

11

Cave Geisse Nature 2007

88

8

Miolo Millésime 2006

92

1

Ponto Nero Extra Brut

90

3

Salton Evidence

89

6

Chandon Excellence

90

5

Valduga 130 Brut

90

4

Total Brasil Sem Miolo e Villaggio

446

 

Preferidos dos três:

  • João Pedro – Vértice Gouveio, Miolo Millésime e Chandon Excellence todos com 91 pontos (cerca de 17,3 pontos/20)
  • Rui Miguel – Miolo Millésime com 94 pontos (cerca de 18,3 pontos/20)
  • João Filipe – Miolo Millésime com 90 pontos. (17 pontos/20)

Salute, kanimambo

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