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Posts Tagged ‘Eivin’


              Sei, era para publicar hoje a matéria sobr o Desafio de Petit Verdot, porém não consegui terminar a tempo (estará aqui Quarta que vem, prometo) e, por outro lado, estava ansioso para compartilhar essa deliciosa experiência com vocês. O papo nasceu em uma degustação e surgiu da paixão da Cris Couto por Barreado, um prato tradicional do litoral paranaense tornado famoso em Morretes.

Para quem não conhece Barreado, eis o que a Wikipédia tem a nos dizer sobre isso: “Sua origem é açoriana de um ritual de 300 anos ainda seguido no preparo do prato. A origem atribuída aos portugueses que vieram para o litoral do Paraná no século XVIII. Os registros antigos indicam a Ilha de Guaraqueçaba como a disseminadora da receita. O tempero do prato seguiu junto com outras manifestações culturais para o continente, entre elas o fandango, dança de tamancos ao som da rabeca. A simplicidade na preparação do prato garantiu que a receita fosse mantida com os mesmos ingredientes e características. Uma das suas características é que mesmo requentado mantém o seu sabor. Durante os dias de festa do fandango, o prato era reaquecido a cada refeição. O sabor não se perde, pois o caldo grosso que se forma é que mantém o sabor da carne.

O prato consiste em uma carne cozida, servida com arroz (nem todos) e farinha de mandioca. O segredo na preparação é o tempo de cozimento na panela de barro – cerca de vinte horas – o suficiente para desfiar toda a carne. Depois de cozida, as fibras da carne se soltam resultando em um caldo grosso e saboroso. Para manter o sabor da carne, é preciso vedar a panela com uma massa de farinha e água, um barro preparado para manter o vapor dentro da panela. Tradicionalmente o prato é acompanhado de frutas: bananas (com banana o gosto se completa) e laranjas. A cachaça de banana pode ser servida como aperitivo. Como entrada ao prato principal, pode ser servido o bolinho de barreado (bolinho frito recheado com banana amassada e a carne do barreado).” quem andar lá para os lados de Morrentes, minha dica é comer o verdadeiro Barreado, não aquele para turistas, no Restaurante Armazém Romanus, um lugar muito agradável que fica no centro da cidade na Rua Visconde do Rio Branco. já faz dois anos que por lá andei, mas acredito que deva manter a forma!

           Em São Paulo, Cris recomendou o Tordesilhas, restaurante muito agradável e aconchegante capitaneado por Ivo Ribeiro e especializado em comida brasileira, para quem não conhece vale a pena colocar o lugar na lista. O Barreado, numa versão mais light (sem arroz e laranja) estava excelente, sem contar a incrível Marinada de Abobrinha Brasileira elaborada com um toque especial de pimenta de cheiro do Pará. Cada um dos convivas foi instigado a trazer consigo um vinho preferencialmente brasileiro que, a seu ver, melhor combinaria com este exótico e pouco conhecido prato. Juntos para esta deliciosa aventura, um grupo de gente há muito envolvida com nossa vinosfera e mundo gastronômico; Cris Couto, a organizadora do encontro, Jeriel da Costa / Álvaro Galvão / Beto Duarte e eu os blogueiros de plantão, Walter Tommasi (editor da revista Freetime, degustador e palestrante) Agilson Gavioli (enófilo experiente e idealizador do “Vamos à Montanha” que está em sua décima-primeira edição e segunda em Campos de Jordão) e o próprio Ivo (Restauranteur).  Dizem os experts e livros, que o ideal seria acompanhar este prato com um tinto de certo volume de boca a taninos médios para encorpados, intensos nos aromas e com um toque de rusticidade, talvez algumas notas herbáceas com bom nível alcoólico e tânico para enxugar a untuosidade e suculência do prato, sendo essa diretriz que a maioria de nós seguiu, porém como há que se experimentar coisas diferentes, o Álvaro se aventurou pela linda Praia do Rosa (litoral catarinense) para nos trazer um Riesling diferenciado elaborado pela Dominio Vicari, eu achei que um Alvarinho português um pouco mais encorpado poderia dar conta do recado e o Walter não resistiu e trouxe um Albariño de Rias Baixas para desafiar meu representante luso. Vejam a lista de vinhos colocados à prova, lembrando que o que estava em jogo aqui não eram os vinhos, mas a Harmonização.

  • Dominio Vicari Riesling 08 – Brasil/ Dominio Vicari
  • Pazo Pondal Rias Baixas Albariño 06 – Espanha/Pazo Pondal – World Wine
  • Muros de Melgaço Alvarinho 2008 – Portugal/Anselmo Mendes – Decanter
  • Terranoble Reserva Pinot Noir 08 – Chile/Terranoble – Decanter
  • Dadivas Pinot Noir – Brasil/Lidio Carraro
  • Barbera d’Asti ” l’Orme” 06 – Itália/Michele Chiarlo – Zahil
  • Pizzato Merlot  Reserva 05 – Brasil/ Pizzato
  • Vallontano Tannat 05 – Brasil/ Vallontano
  • Álem Mar 08 – Brasil/Villagio Grando – Eivin
  • Dom Laurindo Estilo 08 – Brasil/Dom Laurindo
  • Lidio Carraro Merlot Grande Vindima 04 – Brasil/Lidio Carraro

          Todos vinhos de boa qualidade que reagiram de forma diferenciada ao Barreado e, importante, à banana da terra. Como já disse, no entanto, não eram os vinhos o foco principal da experiência, então nos concentramos em analisar a harmonização, ou seja, o conjunto da obra dando-lhes uma nota até dez. A soma das notas dadas pela “banca degustadora” resultou na Melhor Harmonização, e na hora apuramos nossos TOP 5.

  1. Barreado e Muros de Melgaço 08, uma harmonização quase perfeita e a preferida  entre cinco dos participantes, sendo que em dois dos casos empatado com outra harmonização. Um vinho branco de maior volume de boca e complexidade com um aporte delicado de madeira e exuberante frescor decorrente da ótima acidez que balanceava a untuosidade do prato fazendo com que, após cada gole,  implorássemos (pelo menos eu) pela próxima garfada,  produzindo aquele fenômeno matemático em que o resultado é muito superior à soma dos dois, mostrando-se um grande companheiro para o Barreado. Pessoalmente, adorei e fica claro que “regras”, na enogastronomia, existem para ser checadas e disputadas pois, como aprendi há muito tempo, por aqui não existem verdades absolutas! O gostoso é quebrar os famosos paradigmas e descobrir novos sabores. Média de 8,44 pontos.
  2. Barreado e Pinot Noir Terranoble 08, uma agradável surpresa. O vinho por si só já é muito bom, porém cresceu muito na harmonização. Bom volume de boca com taninos finos e um final especiado que se deu muito bem com o prato. Foi a preferência de dois dos degustadores, um deles empatado com o Muros de Melgaço, e entre os TOP 5 é o mais barato deles o que faz com que esta harmonização seja a “Best Value” do encontro. Média de 8,06 pontos.
  3. Barreado e Além Mar 08, achava que este vinho ia dar samba e deu. Amostra de barrica em garrafa ainda por ser etiquetada, deve estar no mercado dentro de alguns meses, é um vinho que vai crescer muito por si só, mas já se mostrou muito gastronômico. Muito rico, equilibrado e elegante apesar de ainda um pouco fechado, casou muito bem com o prato. Para mim a melhor opção entre os tintos e um vinho que quando chegar ao mercado deverá dar o que falar. Média de 7,94 pontos.
  4. Barreado e Lidio Carraro Merlot Grande Vindima 04 – com exceção da Cris que não se entusiasmou muito com esta combinação, foi uma harmonização bastante apreciada pelos demais. Equilibrado, corpo médio, taninos aveludados e um leve toque herbáceo que combinou bem com o prato. Uma parelha muito interessante. Média de 7,50 pontos.
  5. Barreado e Pazo  Pondal 06 – uma mostra que bons alvarinhos, oops, Albariño envelhecem bem devido á exuberante acidez e, neste caso, uma boa passagem por madeira. Um ótimo vinho, páreo para o Muros de Melgaço, mas que na harmonização perdeu pontos pois a madeira apareceu demais dando-lhe um certo amargor final. Mesmo assim, o casamento com o prato foi bastante agaradável mostrando  a versatilidade de harmonização desta interessante cepa. Média de 7,19 pontos.

         Para o Walter, os dois brancos foram a melhor harmonização, o que demonstra claramente que esta escolha por brancos foi uma agradável surpresa, até porque o Barreado do Tordesilhas não se mostrou um prato assim tão untuoso. Um resultado geral que certamente deixará muitos amigos curiosos e interessados em  conferir estes resultados. Não sei quais destes  vinhos o Ivo tem em sua carta, mas se tiver interesse basta ligar para o Tordesilhas e negociar com ele. Ah, antes do Barreado, não deixe de pedir essa marinada de abobrinha, bom demais da conta sô!

Salute e kanimambo

ps. Imagem de Morretes publicada com autorização de Pertra Viagens.

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A bonita e boa loja capitaneada pelo Tiago fica situada em Jundiaí onde nos encontramos com o amigo Marcio Marson e equipe da Eivin para provar alguns dos rótulos brasileiros que hoje distribui.  Uma bela experiência que contou com a presença dos amigos blogueiros Cristiano (Vivendo Vinhos), Daniel (Vinhos de Corte), Alexandre (Diario de Baco), Beto (Nosso Vinho), Marcelo ( Emporio Vila Buarque), Jeriel (blog do Jeriel) e Guilherme Grando da vinícola Villaggio Grando e um convidado especial, Eduardo Milan, enófilo que, para minha agradável surpresa é granjeiro também. Tanto o Marcio como o Alexandre, trouxeram algumas novidades e preciosidades que tornaram este encontro muito especial.

              Vejam só o que estava sobre a mesa: Para iniciar os “trabalhos’ dois bons espumantes nacionais, o Marson Brut Champenoise e o Stellato Rosé. Na sequência, Villaggio Grando Chardonnay, Cordilheira de Sant’Ana Gewurztraminer Reserva Especial, Prelúdio da Vinha Solo, Corte Bordalês C de Vilmar Bettu, Terragnolo Marselan, e direto da barrica, Villaggio Grando Innominabile Lote IV e  Além Mar. Eis os meus comentários sobre os vinhos provados:

MARSON Brut Champenoise – já uma velha conhecida minha e um dos bons espumantes nacionais do momento fruto do blend de Chardonnay com Pinot Noir e uso de leveduras capsuladas. Frutos tropicais, brioche aparecendo de forma muito sutil, boa perlage, acidez balanceada, um espumante que me agrada e não é de hoje. Deu-se muito bem no meu Grande Desafio de Espumantes no final do ano passado, uma prova às cegas com 42 espumantes das mais diversas origens e estilos, um baita desafio sensorial não muito do agrado dos mais tradicionalistas. 

STELLATO Rosé da vinícola Santo Emilio em Santa Catarina, a 1200 metros de altitude. Um rosé diferenciado em função do uso de Cabernet Sauvignon e Merlot em sua composição.  Charmat longo com sur lie de 3 meses e uma fermentação malolática parcial, dão-lhe grande complexidade aromática que se repete na boca. Uma fruta mais madura que aparece de forma muito sutil, fino, elegante, ótima acidez, toques de fermento, um vinho todo ele muito delicado, fresco e apetecível com um volume de boca muito interessante em relação a outros espumantes rosés que costumam ser algo mais ligeiros. Já tinha chamado atenção para ele quando da Expovinis 2009, mas o preço ……..

Villaggio Grando Chardonnay 2008 sem passagem por madeira e produzido em Campos de Herciliópolis na região de Caçador a 1300 metros de altitude em Santa Catarina. A Villaggio Grando, quem me acompanha há mais tempo sabe que sou fã desta vinícola, produziu cerca de 12.000 garrafas deste gostoso caldo que tem o meu estilo de chardonnay, um vinho leve, fresco, rico com uma certa mineralidade sem perder o charme da cepa que, mais que nunca por não estar mascarada por trás dos excessos de madeira, mostra-se em toda a sua plenitude. Fino, cheio de sutilezas, leve toque de abacaxi e baunilha que pode levar a pensar em uso de madeira, flor de laranjeira, boa acidez e um final muito saboroso.

Cordilheira de Sant’ana Gewurztraminer Reserva Especial 2008, um clássico desta cepa em terras brasilis, com somente umas 3.300 garrafas produzidas. Para o meu gosto o vinho precisa de mais tempo de garrafa, mostrando-se algo curto e verde, seco, com um final algo abrupto e um nariz muito convidativo mostrando toda a tipicidade da uva.

Prelúdio 2007 da Vinha Solo, fruto do novo projeto de Marco Daniele em Campos de Cima da Serra, o primeiro dos bons tintos provados neste agradável noite na companhia de tanta gente boa. Blend de merlot, cabernet sauvignon e cabernet franc, um prato cheio para quem gosta dos vinhos do velho mundo, estilo Bordeaux da margem direita. Nariz complexo, intenso, terroso, couro e fruta vermelha bem presentes formando uma paleta olfativa inebriante. No palato não reproduz a mesma exuberância, porém mostra-se um vinho muito agradável de tomar , médio-corpo com  bom volume, taninos bem colocados, finos e aveludados, acidez no ponto produzindo um bom equilíbrio, com um final de boa persistência e muito saboroso. Um vinho que me seduziu e fez minha cabeça com um valor adicional, bom preço!

Corte Bordalês C 2001, produzido pelo “garagista” Vilmar Bettú, pequeno artesão do vinho que produz alguns dos vinhos mais caros e mais exclusivos do Brasil, tendo virado ícone para muitos dos críticos e especialistas do vinho. Desta feita estamos frente a frente com um caldo de reduzida produção, somente 580 garrafas envelhecidas em “madeira velha” por 13 meses. Um vinho que, após 9 anos, ainda se mostra bem robusto com taninos firmes e até algo rústicos. No palato é tímido abrindo-se lentamente em taça e, apesar da idade, um vinho que certamente se beneficiaria muito de um tempo de decantação. Na boca, tenho que confessar e pode até ser uma heresia, não me encantou. Esperava mais, pois as expectativas geradas eram muito grandes, porém senti alguma coisa verde e vegetal no final de boca que me incomodou. Não lhe tiro qualidades, muito pelo contrário, porém eu e ele necessitamos de outra conversinha tete a tete e em outro ambiente e devidamente decantado por pelo menos uma hora .

Terragnolo Marselan 2009 – uma amostra de barrica (12 meses de carvalho francês) e mais um vinho de pequena produção, neste caso 400 garrafas. Surpreendente e imagino como ele deverá ficar quando sair ao mercado dentro de mais uma meia dúzia de meses! Tinha como parâmetro desta cepa, o vinho 4º Geração, porém depois deste vinho fica claro que tinha porque a Terragnolo subiu o nível em diversos degraus. Nariz muito agradável em que se destaca a fruta fresca e, apesar dos taninos ainda muito presentes, mostrou grandes qualidades sendo muito rico, saboroso, ótima estrutura já mostrando um bom equilíbrio, aliando corpo com elegância, que deverá se acentuar com o tempo. Um vinho que deve chegar para chacoalhar o mercado! De tirar o chapéu, só precisamos ver a que preço virá já que a produção é muito limitada.

Villaggio Grando Inominabile Lote IV – ainda tenho que provar o Lote III que está na adega, mas sou fã deste vinho e não é de agora, já que desde Novembro de 2008 que nossos caminhos se encontram. É um vinho diferenciado tanto em sua elaboração como conceito e origem já que vem de cerca de 1300 metros de altitude próximo a Caçador na serra catarinense, um dos locais mais frios do Brasil com um terroir muito particular que se reflete em seus vinhos. Os Lotes I e II primavam pela elegância, o que este também tem, porém talvez lhe faltasse um pouco de pegada. A um assemblage de Cabernet Sauvignon / Cabernet Franc / Merlot / Malbec e Pinot Noir, agora agregaram um pouco de Petit Verdot que lhe aporta corpo e uma complexidade adicional, de certa forma preenchendo uma lacuna e tornando-o mais completo, mais harmônico e um vinho que promete, lembrando que esta foi uma prova de barril, pois o vinho ainda não foi engarrafado. No mercado está o Lote III, que já leva Petit Verdot, o qual comentarei assim que o tomar, mas este apresentou um ótimo volume de boca, os taninos presentes ainda algo verdes, mas já denotando muita qualidade, complexo, rico e um final de muito boa persistência. Um vinho do velho mundo e certamente mais um que surpreenderia o meu amigo Rui Miguel (Pingas no Copo) blogueiro de primeira linha na vinosfera lusa. Eu, que já gostava do vinho, desta feita me seduzi pelo caldo e acho que o vinho apresenta enorme potencial que só o tempo nos poderá confirmar, eu aposto nisso!

Além Mar da Villaggio Grando – apenas 8000 litros produzidos em conjunto com o conceituado enólogo português António Saramago e o enólogo da casa o francês Jean Pierre Rosier. Barricas de primeiro uso francesas, um corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Malbec que, dentro de alguns anos será só de castas portuguesas ainda em processo de evolução na vinha. Mais uma amostra de barrica que vai dar o que falar quando sair ao mercado. Vinho encorpado, cheio, de ótima estrutura, boa acidez, de certo um ótimo companheiro da boa gastronomia. Gosto dos vinhos deste produtor. Têm um estilo que combina comigo, e este é mais um que virá para marcar presença. Uma pena que apesar dos esforços deles, o maior mercado consumidor de vinhos no Brasil (São Paulo) lhes seja vetado por uma carga tributária absurda imposta por nosso governo estadual que caminha num sentido contrário ao de Santa Catarina que baixou impostos. Teimosamente seguimos tentando e a Eivin é um parceiro importante nesse projeto. Grato aos dois pelo privilégio de provar esses ótimos caldos.

              No geral, uma excelente oportunidade de rever amigos e nos deleitarmos com vinhos de muito boa qualidade que só vêm confirmar a excelente fase que vive a produção brasileira. Houvesse mais bom senso na órbita governamental (Estado de São Paulo e Governo Federal) com a redução de impostos e favorecimento tributário aos estados produtores, nada de compensar aumentando dos importados ou promovendo absurdos como a lei do selo que só prejudicam o consumidor, assim como um maior acerto na distribuição e políticas comerciais que em geral ainda deixam a desejar, e certamente teríamos um cenário bem mais propicio ao maior consumo e continuo aprimoramento do vinho brasileiro. Quem sabe ainda viverei para ver isso acontecer!

Salute e kanimambo

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Brasil – Safra 2010 

Essa me confidenciou o amigo Miguel de Almeida, direto da Campanha Gaúcha na Fortaleza do Seival Vineyards, no último Sábado: “Mantenho a minha impressão da safra 2010. Até agora apenas afectou a quantidade. As maturações estão bem mais atrasadas quase 2 semanas de atraso face ao ano passado. Mas a qualidade ainda está por se revelar. Já colhemos o Pinot Grigio, espectacular…”. Olha aí Cristiano, o teu favorito promete! Agora é aguardar a chegada do vinho nas prateleira daqui a alguns meses para conferir as previsões do Miguel. 

Desafio de Aussie Whites 

Já realizamos nosso primeiro Desafio de Vinhos deste ano e foi um sucesso com, como sempre, surpresas nos resultados. Sete vinhos brancos australianos muito bons e diferenciados que puseram nossas cabeças e palatos para funcionar. Independentemente das surpresas, a ótima recepção pelo pessoal da Wine Society na sua Enoteca e Wine Gardens com o Alejandro e sua equipe, estão de parabéns e ficamos agradecidos pela hospitalidade dos anfitriões. No jantar pós Desafio,  o bom Mitchelton Shiraz 2006 acompanhou dignamente um medalhão de filé mignon ao molho reduzido de vinho acompanhado de purê de batata, farofa de lingüiça e azeite, mix de alface e rúcula com lascas de parmesão. No entanto, como meu aniversário tinha sido dois dias antes, comemoramos pedindo um vinho que me encanta e que, por R$83,00 é um dos meus achados de 2009, o E- Minor Shiraz. Um vinho realmente fora dos padrões que encanta no nariz e seduz na boca.  Tendo a oportunidade, não deixe de aproveitar uma visita a este local encantador com bons vinhos e boa comida. 

 

 

 Biodinâmico 

Por sugestão do Beto Duarte e importação da Santa Ceia, um grupo de enoblogueiros já conhecido da maioria o próprio Beto(Papo de Vinhos) , Alexandre (Diario de Baco), Cristiano (Vivendo Vinhos),  Jeriel (Blog do Jeriel) e euzinho aqui, nos encontramos mais uma vez no gostoso Emporio Vila Buarque na companhia de super anfitrião Marcelo di Morais para desfrutarmos de uma degustação muito especial, os vinhos da Borgonha elaborados por Gilles Ballorin na Domaine Ballorin&F. Os amigos já postaram suas impressões que, creio, mostram bem o que são os vinhos. Eu me surpreendi muito porque, afora a qualidade dos produtos, o preço é bem convidativo quando comparado a produtos deste calibre que estão disponíveis no mercado.  Ainda darei meus pitacos, mas por enquanto sugiro aos amigos darem uma olhada no blog dos amigos presentes nesse gostoso encontro, todos com link aqui do lado. 

Eivin 

Tremenda sacanagem, em dois dias perdi três degustações por problemas profissionais em um e de saúde nos outros dois! O da Eivin, do Márcio Marson, foi de vinhos brasileiros dentro de um projeto que ele está tocando com distribuição de vinhos especiais brasileiros aqui em Sampa e outros mercados. Ação destemida num mercado inundado de importados e com pouca visão comercial dos produtores no posicionamento no mercado, já que têm dificuldade de entender que há que se investir para conquistar fatia de mercado e com preços nas alturas não se consegue isso. De qualquer forma é um projeto muito interessante e eu, como apoiador dessas iniciativas pioneiras, pulei no barco só que tristemente não pude estar presente nesse encontro. Em breve, estamos em tratativas, esse projeto tem boa possibilidade de ser visto e apreciado na Vino & Sapore. Aguardemos! 

Ravin 

O Rogério D’Avila e Alberto Porto Alegre, amigos e parceiros de muitas outras batalhas, capitaneiam essa nau de nome Ravin que se fez ao mar no ano passado. Com um belo portfólio de produtores e bons rótulos, entre eles nomes como Zuccardi, Tenuta San Guido, Veja Sauco, Quinta de La Rosa, A. Mano, Jean Baptiste-Audy, Fairview e Calastrasi, promoveram um encontro de prima no Rosmarino para o lançamento do novo e primeiro catálogo da casa. Já tinha visto o boneco e está muito bem feito, pena que não pude estar presente. Não pude abraçar os amigos, não conheci o Rosmarino e ainda perdi alguns néctares dos deuses, fiquei triste! Se quiser ver o que aconteceu nesse encontro e no da Eivin, minha sugestão é clicar no blog do Didu com link aqui do lado, ele esteve nas duas (está em todas!) e postou/filmou alguns dos convivas e, obviamente, gravou as impressões dos anfitriões. 

 Vinho & Saúde 

Há muito não falo sobre os aspectos “medicinais” (rsrs) do vinho, mas já comentei aqui sobre o famoso Paradoxo  Francês. Pois bem, conforme noticiado pelo Rogério Rebouças em sua nova coluna no JB-Online do Rio de Janeiro, (http://www.jblog.com.br/conexaofrancesa.php?itemid=19207 ) Cientistas da Universidade de Angers decodificaram o chamado Paradoxo Francês. De acordo com ele, “Diversos estudos já apontavam para os benefícios do consumo regular e moderado de vinho tinto para o coração, mas eram análises epidemiológicas e empíricas. A pesquisa francesa desvenda o mecanismo ao identificar o subtipo α do receptor de estrogênios como ator principal da via de transdução dos polifenóis do vinho.” Para os curiosos e estudiosos de plantão, minha sugestão é acessar a matéria inteira pelo link acima. Muito legal, eu recomendo. 

 

                Salute e kanimambo. Para quem for usufruir das folias do carnaval, juizo e evite exageros. Para quem for recarregar baterias e somente relaxar, aproveitem!

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Esta é a terceira prova do grande painel que estou avaliando este mês. Já tivemos uma dúzia de espumantes moscatel, uma dúzia de espumantes rosés e agora quarenta e dois rótulos entre Champagnes, grandes Cavas, cremants de Bourgogne, de Alsace, Prosecco  e espumantes de qualidade da Austrália, Chile, Argentina, Portugal e, obviamente, a maioria dos tops brasileiros sejam eles elaborados pelo método charmat ou tradicional/clássico. Ao final deste mês, teremos provados 66 espumantes que só vêm agregar aos muitos já comentados, sugeridos e recomendados ao longo destes primeiros dois anos de vida de Falando de Vinhos.

               Trabalho insano, nem sempre entendido e se arrependimento matasse, eu estaria ….. vivo! Não está sendo fácil não, ainda mais depois de um acidente (todos bem) que me deixou sem um carro durante todo o mês, mas não me arrependo não pois estou coletando dados e ganhando muita experiência que tento, na medida de minhas limitações, partilhar com os amigos que me visitam  quase que diariamente o que, por sinal, é uma baita responsabilidade que levo muito a sério. A organização de tudo isto é complicada e juntar a banca de degustadores tantos dias um outro quebra-cabeças nem sempre bem sucedido até pelos afazeres profissionais de cada um e convites mais interessantes que o meu.  

           Para compor a banca de degustadores desta prova que é dividida em dois dias de degustação os amigos; Álvaro Galvão (Divino Guia), Breno Raigorodsky (cronista e juiz FISAR), Simon Knittel (Kylix), Emilio Santoro (Portal dos Vinhos), Alexandre Frias (Diario de Baco/Enoblogs), Daniel Perches (Vinhos de Corte), Dr. Luís Fernando Leite de Barros (enófilo), Evandro Silva e Francisco Stredel (confraria 2 panas), Ralph Schaffa (restauranteur) e eu que nos reuniremos nas aconchegantes instalações da casa dos amigos Armando e Denise, o Emporio da Villa. Afora degustarmos esses deliciosos e refrescantes caldos, nada como algumas deliciosas pizzas da casa. Tem diversas ótimas e criativas opções, mas quatro em especial eu recomendo; a de abobrinha temperada com queijo brie, a de alcachofra e as de salmão e al mare que sugiro acompanhar com um Sauvignon Blanc bem fresco, yummy!

             Mas vejamos o que nos espera nesses dois dias. Certamente muito outros rótulos e produtores poderiam estar aqui, alguns foram convidados e não se manifestaram e outros, bem a quantidade de rótulos é enorme! De qualquer forma, creio que com os rótulos aqui listados temos um grupo de desafiantes bastante heterogêneo e  uma mostra razoável do que de bom existe no mercado.

DIA 1

DIA 2 

Champagne De Sousa Zoémie Cuvée Merveille Brut – Decanter – R$256,00 Champagne Piper Heidsieck – Interfood – R$180,00
Champagne Taittinger Brut – Expand – R$200,00 Champagne Drappier Brut Carte d’Or– Zahil – R$185,00
Champagne Tsarine Brut – KB-Vinrose/BR Bebidas – R$170,00 Cremant Bourgogne Picamelot Cuvée Jeaune Thomas Brut 2004 – D’Olivino – R$147,00
Cava Juve y Camps Brut Nature 2004 – Peninsula – R$168,00 Marrugat Cava Gran Reserva Nature 2004 – Winery – R$75,00
Cave Geisse Nature – Cave Geisse/Vinhos do Mundo – R$45,00 Don Giovanni Nature – R$50,00
Chandon Excellence – BR Bebidas – R$85,00 Miolo Millesime – R$75,00
Moinet Millesimato Prosecco Brut 2007 – Winery – R$ 65,00 Incontri Prosecco VSAQ – Vinea – R$97,00
Cremand Cuvée Sylvain (Loire) – Cave Jado – R$59,00 Marc Brédif Vouvray Brut – Mistral – R$86,00
Marco Luigi Reserva da Familia Brut 2006 – R$30,00 Pizzato Brut – R$45,00
Valduga Extra Brut Gran Reserva 2004 – R$90,00 . Nero Extra Brut – Domno do Brasil – R$45,00
Cava Freixenet Cordon Negro – R$49,00 Cava L’Hereu Reserva Brut  de Raventós i Blanc – Decanter – R$87,00
Don Giovanni Ouro 30 – R$75,00 Valduga 130 – R$65,00
Salton Evidence – R$70,00 Anna de Codorniu – Interfood – R$75,00
Barton & Guestier Cuvée Reservée Chardonnay Brut (Loire) – Interfood – R$65,00 Cremand Cuvée Plaisir Perlant (Alsace) – Cave Jado – R$86,00
Marson Brut método tradicional – Eivin – R$59,00 V. G. Brut – Villaggio Grando – R$40,00
Spumante Incontri Muller Thurgau – Vinea – R$73,00 Bridgewater Mill Sparkling (Austrália) – Wine Society – R$78,00
Santa Julia Brut – Ravin – R$43,00 Trapiche Extra Brut – Interfood – R$35,00
El Portillo Reserva Brut – Zahil – R$58,00 Casillero Sparkling  – VCT Brasil – R$75,00
Raposeira (Portugal) – Vinhas do Douro/BR Bebidas – R$85,00 Irresistibile Reserva Brut (Portugal) – Sem importador
Do Lugar Charmat – Dal Pizzol -R$32,00 Dal Pizzol Brut tradicional – R$45,00
Espumante surpresa Veuve Paul Brut Brut – Zahil – R$49,00
   

            O porquê deste melange?  Primeiro porque gosto de desafiar o establishment, segundo porque a única forma plausível, pelo menos a meu ver, de comparar qualidade e sabores de vinhos é numa comparação direta ás cegas e terceiro porque quero conferir algumas “verdades” de nossa vinosfera. Por outro lado, é um tremendo exercício sensorial para quem participa da banca. Se os tomasse a todos em casa, tranquilo, avaliando todos os aspectos com calma e curtindo o caldo, certamente seria mais prazeroso, mas longe de ser tão didático. Afora isso, importante que um painel deste porte não ficasse apenas restrito a uma pessoa e sim a dez o que lhe dá outro valor.

           Bem amigos, isto foi só para vos deixar com água na boca no aguardo dos resultados que publicarei na próxima segunda dia 30 e mais detalhadamente em outros posts ao longo do mês de Dezembro assim como na coluna dos jornais Planeta Morumbi e Planeta Oceano.  Por enquanto é só, salute e kanimambo por visitar.

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 Dando sequência aos Desafios de Espumantes deste mês, recebemos na simpática loja Portal dos Vinhos, dos amigos Emilio e Fátima, a visita dos Desafiantes e da banca degustadora para resolver a questão que tinha ficado em aberto, afinal, Rosés são todos iguais? Obviamente que não, assim com os brancos e tintos não o são. Aliás, nem na cor se consegue um padrão, apesar de haver algumas semelhanças, porém a diversidade impera como pode ser visto pelas fotos. Foi uma prova muito legal que nos deixou bastantante empolgados quanto ao resultado provando que, se é verdade que se come com os olhos, definitivamente se bebe também!

         Mais uma vez 12 contestantes, com um deles, lamentavelmente porque o conheço e sei que possui qualidades razão de meu convite, prejudicado. Vejamos  como nossa banca de degustadores avaliou os rótulos em prova com os rótulos aparecendo na ordem de serviço:

Faìve de Nino Franco – Inovini – Cor muito bonita, aliás uma das coisas que encantam neste estilo de espumante, puxando para o ocre/ferrugem claros. No olfato uma forte presença de queijo roquefort, fruta (romã) e um leve perfumado que, acreditem, resulta bem apesar de intrigante. Bem balanceado na boca, perlage fina e adequada, boa acidez, saboroso com um final longo e fresco. Obteve a média de 85,38 pontos.

Marrugat Brut Rosado – Winery – sedutor na cor rosa avermelhado. Nariz tímido, produz uma espuma adequada formando um colar de pouca persistência. Perlage de tamanho médio e muito boa persistência, boa textura, frutado (cerejas) com um final longo e leve amargor. Já o tinha provado anteriormente e tinha se apresentado melhor, porém não desapontou. Obteve a média de 84 pontos.

Amante – um dos espumantes rosés da Valduga, de nome bem sugestivo. Cor cereja, aromas de cantina, vinhoso numa paleta olfativa menos sutil. Perlage abundante e fina no inicio, porém de curta duração. Na boca, alguma fruta vermelha fresca presente, mineral com nuances cítricas e um final agradável de média persistência. Obteve a média de 79,50 pontos.

Dal Pizzol Rosé Brut – um vinho que sempre me agradou e, para nossa tristeza, estava prejudicado, sem perlage, aromas estranhos, sem nota.

Spumante Incontri Rosé – Vinea – Baby Pink na cor, brilhante, espuma abundante formando uma bonita coroa, que permaneceu por longo tempo, e algo floral ao nariz com nuances de ervas frescas. Perlage fina e elegante, intensa e persistente. Entrada de boca vibrante, fresca, frutada (cerejas/morangos). Cremoso, ótima acidez, harmônico um espumante rose entusiasmante com um leve açúcar residual que não atrapalha. Final de boca saboroso que pede a próxima taça e seduz. Obteve a média de 89,81 pontos.

Paralelo 8 – Expand – Cor alaranjada, clara e brilhante. Perlage fina, intensa, de média persistência. No olfato algo de frutas vermelhas com um fundo de queijo parmesão que não harmonizou no nariz. Na boca apresentou-se melhor mostrando bom frescor, paladar saboroso algo doce com um final elegante e não muito longo. Vinho honesto, bem feito que, se não encanta também não desencanta. Obteve a nota média de 82,19 pontos.

Cave Geisse Rosé – elaborado pelo método clássico, talvez o mais complexo de todos tanto na boca quanto no nariz, mas não chega a empolgar. Cor pêssego num visual atraente e uma paleta olfativa interessante, complexa e delicada com toques de levedura coberta por aromas de damasco e nuances cítricas. Na boca mostra-se bem harmonizado com as sensações despertadas pelo olfato. Um vinho muito bem feito porém num estilo mais sério. Nota média obtida de 86,50 pontos.

Duc de Raybaud – KB-Vinrose/BR Bebidas – o representante da Provence (Sul da França) de cor alaranjada, aromas cítricos lembrando doce de casca de laranja, perlage anundante, algo irregular, mas de boa persistência. Na boca um frutado de boa tipicidade, fresco, com um final que nos deixa nos sabores e retro-olfato, uma lembrança de padaria com nuances sutis e delicadas de fermento, brioche. Leve amargor que não chega a incomodar. Nota média obtida, 83,81 pontos.

Stellato – Vinícola Santo Emilio (SC)/Eivin – único espumante produzido por eles, já no exame visual da taça mostrou ao que veio com uma cor muito bonita e atraente, perlage abundante, intensa e persistente formando uma coroa de espuma muito boa. Na boca mostra os tradicionais sabores de fruta como cereja e morango de forma muito sutil, fino, elegante, ótima acidez, toques de fermento, um vinho todo ele muito delicado, fresco e apetecível. Eu já conhecia e foi ótimo tê-los nesta prova, pois foi uma grande surpresa para a maioria da banca. Nota média obtida, 85,63 pontos.

Vallontano Rosé – mais um que tive o prazer de provar, e aprovar, num encontro da Mistral o qual fiz questão que aqui estivesse para surpresa dos amigos da banca, até por ser um rótulo lançado há pouco tempo. Cor Pink clara e brilhante que encanta o olhar e nos chama á taça onde a perlage fina, abundante e persistente nos traz aromas tutti-frutti delicados e suaves. Muito fresco, saboroso, enche a boca de prazer sendo um vinho fácil de agradar. Obteve a média de 85,75 pontos .

3b de Filipa Pato – Casa Flora/Portal dos Vinhos – sou um fã deste espumante de bonita e atrativa cor salmão, ótima, abundante e persistente perlage com um colar de espuma que não acaba. Essa musse se repete na boca como um verdadeiro creme, muito fino e elegante, cítrico no ponto, pomelo – limão, equilibrado com uma acidez muito boa de dar água na boca. Obteve a nota média de 86,31 pontos.

Codorniu Pinot Noir – Interfood – um clássico cava rosado de cor rosa brilhante, espuma intensa, perlage fina e delicada de boa persistência. Aromas sutis e agradáveis convidando a taça à boca onde se nota uma textura diferente, mais denso enchendo a boca de fruta, muito elegância, harmonia e um final tremendamente saboroso. Um espumante sem arestas e muito equilibrado. Obteve a nota média de 89,06 pontos.

 

          Após uma noite longa a apuração de resultados mostrou que quesito de Melhor Vinho teve o Spumante Incontri Rosé como o grande ganhador da noite. Para completar o podium; em segundo o Codorniu seguido de Cave Geisse, 3b e Vallontano. A escolha por maioria de votos da banca para o espumante considerado como Melhor Compra, desta feita teve um empate o Vallontano e o Stellato.

           Agora vejamos o podium de cada um dos membros da banca de degustadores, lembrando que as notas são o resultado da média aritmética do grupo. Ao dar esta lista abaixo, faço jus à avaliação pessoal de cada um dos amigos presentes:

  • Daniel Perches – Codorniu / Incontri / Cave Geisse / Vallontano / Stellato
  • Marcel Proença – Incontri / Codorniu / Stellato / Faìve / Marrugat
  • Denise Cavalcante – Codorniu / Incontri / Vallontano / Stellato / Paralelo 8
  • Emilio Santoro – Incontri / Faíve / Codorniu / 3b / Cave Geisse
  • Evandro Silva – Incontri / Faíve / Paralelo 8 / Cave Geisse / Codorniu
  • Augusto – Cave Geisse / Codorniu / Incontri / Duc de Raybaud / Stellato
  • Luiz Fernando Leite de Barros – Incontri / Codorniu / Stellato / 3b / Faíve
  • Fátima Santoro – Incontri / Paralelo 8 / Vallontano / 3b / Codorniu
  • Ricardo Tomasi – Incontri / Faìve / Stellato / Codorniu / Vallontano
  • João Filipe Clemente – Incontri / 3b / Codorniu / Stellato / Vallontano

       Não posso deixar de agradecer novamente a extrema amabilidade do Emilio e Fátima (Portal dos Vinhos) por terem cedido o espaço e ter ciceroneado este encontro assim como à Arc International, fornecedora destas bonitas taças Gran Cepage da Arcoroc, e a nossos parceiros que nos têm apoiado com os vinhos que trazemos a estes Desafios.

Salute e kanimambo

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             Passamos pela primeira etapa destes embates de espumantes com a prova de Moscatel e agora entramos na de Rosés, um segmento que vem crescendo bastante como o de vinhos tranqüilos. Com o apoio de diversos importadores, produtores e lojistas amigos, reunimos doze rótulos bastante interessantes, alguns já velhos conhecidos e outros novos. A maior parte destes vinhos, especialmente os produzidos por aqui, advém de uma única cepa, sendo elaborado por um processo de maceração pelicular que pode ser de 45 minutos a 10 ou 12 horas, dependendo do que o enólogo busca produzir. Também podem ser adotados cortes de uvas tintas ou, uma curiosidade, os rosés espumantes podem ser resultado de mostos de uvas brancas e tintas o que é impensável nos vinhos rosé tranqüilos.

              Os métodos usados são tanto o charmat quanto o champenoise, opção feita pelo enólogo de cada empresa dentro de seus conceitos e objetivos assim como das especificações de cada região produtora. Nesta lista de desafiantes escolhidos, tentei fazer uma mescla bem representativa de tudo o que está disponível no mercado com ambos os métodos de elaboração e cepas diversas. Para avaliar e analisar estes espumantes buscando encontrar o Melhor Vinho deste embate e a Melhor Compra, uma banca de degustadores acostumados a participar destes Desafios: Augusto (sommelier), Ricardo Tomasi (Sommelier/Specialitá), Emilio e Fátima Santoro (Portal dos Vinhos), Marcel Proença (Assemblage Vinhos), Denise Cavalcante (Assessora de Imprensa), Dr. Luiz Fernando Leite de Barros e Evandro Silva (Enófilos), Daniel Perches (Vinhos de Corte) e eu.

Vejam abaixo a relação dos desafiantes com o que pude obter de informações:

Rótulo: Codorniu Pinot Noir Brut

Produtor: Codorniu

Importador: Interfood

País: Espanha     Região: Penedés

Método:   Clássico                   Safra: n/s

Assemblage: Pinot Noir

Envelhecimento:                   Álcool:12%

Preço Médio no Mercado  R$: 85,00

Rótulo: Stellato Brut

Produtor: Santo Emilio

Importador: Distribuição Eivin

País:  Brasil      Região: Serra Catarinense

Método: Charmat Longo         Safra: 2008

Assemblage: Cabernet Sauvignon / Merlot

Envelhecimento:                   Álcool: 13%

Preço Médio no Mercado  R$: 52,00

Rótulo: Paralelo 8

Produtor: Vinibrasil

Importador: Distribuição Expand

País: Brasil     Região: Vale do São Francisco

Método:  Charmat          Safra: 2008

Assemblage: Syrah

Envelhecimento:                   Álcool: 12%

Preço Médio no Mercado R$: 25,00

Rótulo: Vallontano

Produtor: Vallontano Vinhos Nobres

Importador: Distribuição Mistral

País: Brasil   Região: Vale dos Vinhedos

Método: Charmat longo          Safra: n/s

Assemblage: Chardonnay/Pinot/Riesling Itálico

Envelhecimento:                   Álcool: 12%

Preço Médio no Mercado R$:40,00

Rótulo: Marrugat Brut Rosado Reserva

Produtor: Pinord

Importador: Winery

País:  Espanha                    Região: Penédes

Método: Clássico            Safra: n/s

Assemblage: Trepat

Envelhecimento:  24 meses    Álcool: 11,5%

Preço Médio no Mercado  R$: 48,00

Rótulo: Dal Pizzol Brut

Produtor: Vinicola Monte Lemos (Dal Pizzol)

Importador:

País: Brasil    Região: Vale dos Vinhedos

Método: Charmat Longo                Safra: n/s

Assemblage: Chardonnay/Pinot

Envelhecimento:                   Álcool: 12%

Preço Médio no Mercado R$: 35,00

Rótulo: Cave Geisse Brut Rosé

Produtor: Cave Geisse

Importador: Distribuição Vinhos do Mundo

País:  Brasil   Região: Vinhos de Montanha

Método:  Clássico                  Safra: 2004

Assemblage:  Pinot Noir

Envelhecimento: 3 anos       Álcool: 12,5%

Preço Médio no Mercado R$: 85 a 95,00

Rótulo: Incontri Spumante Rosé

Produtor: Piera Martelozzo Spa.

Importador: Vinea

País: Itália                   Região: Alto Adige

Método: Charmat                         Safra: n/s

Assemblage: Raboso (85%) e Pinot Nero

Envelhecimento:                   Álcool: 11,5%

Preço Médio no Mercado R$:67,00

Rótulo: Duc de Raybaud Brut

Produtor: Les Vin Breban

Importador: KB – Vinrose (gentileza BR Bebidas)

País: França                  Região: Provence

Método:                         Safra: 2007

Assemblage: Pinot Noir

Envelhecimento:                   Álcool: 11,5%

Preço Médio no Mercado  R$: 60,00

Rótulo: Faìve

Produtor: Nino Franco

Importador: Inovini (Aurora Importadora)

País:  Itália Região: Valdobbiadene/Veneto

Método:  Charmat        Safra: 2007

Assemblage: Merlot / Cabernet Franc

Envelhecimento:                   Álcool: 12%

Preço Médio no Mercado  R$:88,00

Rótulo: 3b

Produtor: Filipa Pato

Importador: Casa Flora (gentileza da Portal dos Vinhos)

País: Portugal            Região: Bairrada

Método:  Clássico           Safra:2008

Assemblage: Baga e Bical

Envelhecimento:  4 meses        Álcool: 12%

Preço Médio no Mercado R$:53,00

Rótulo: Amante

Produtor: Famiglia Valduga

País: Brasil

Região: Serra do Sudeste / Encruzilhada

Método: Clássico                    Safra: 2008

Assemblage: Malbec

Envelhecimento:  10 meses   Álcool: 12,5%

Preço Médio no Mercado  R$: 57,00

           Desta feita o Emilio e a Fátima foram nossos anfitriões em sua loja recheadissíma de bons rótulos a preços justos e algumas boas promoções com numero limitado de garrafas. Foi assim que comprei um Bonarda 4 Passion de Jofre y Hijas por apenas R$29,00 e um Quinta do Engenho Porto Ruby por R$39,00. Parceiro antigo, a Portal dos Vinhos é um marco de nossa vinosfera no bairro do Morumbi e uma loja que prima pela ótima diversidade e rótulos escolhidos a dedo assim como pela simpatia no atendimento. Sugiro e recomendo a loja dos amigos aos amigos.

           Na Segunda-feira publico os resultados desta, espero, saborosa experiência com a resposta a uma pergunta que me fizeram; afinal, rosé não é tudo igual?!

Salute e kanimambo

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           Prazeres da Mesa é uma das principais, se não a principal, revista de enogastronomia brasileira e promove anualmente um verdadeiro show enogastronômico com ênfase maior na gastronomia. Evento de grande porte repleta de laureados, saltos Luis XV de monte, mas também muitos apreciadores, curiosos e garimpadores. Tradicionalmente ocorre nas instalações do campus da Faculdade de Gastronomia do Senac em Santo Amaro e merece, pelo menos, um dia de seu tempo apesar da entrada ser meio salgada (R$100,00) o que, aparentemente, reduziu um pouco a número de pessoas este ano.

           Eu fui, devidamente credenciado como Imprensa devido à coluna do jornal, mais para ver se havia alguma novidade no setor térreo do evento, onde se encontram os estandes dos expositores de vinho, alguns alimentos e outras cositas más. Também para buscar alguns vinhos de parceiros presentes que estarão participando de umas provas que estou armando para este mês e que em breve divulgarei. Nada de muito novo ou diferente, mas tive a oportunidade gostosa de rever amigos e aproveitei para degustar alguns poucos vinhos dos amigos e um ou outro menos conhecido. De ressaltar o incrível portfólio que o amigo Juan levou para degustação, de tirar o chapéu e por dois me apaixonei. Falemos do que vi, antes de falar de como sai de lá!

Prazeres 006Cantu, apresentava dois novos rótulos de um produtor recém chegado do Sul do Rhône com a marca Xavier. Um Ventoux 2007 bastante interessante e um Cotes du Rhone  2006 que foi o que mais me atraiu sendo um vinho bastante equilibrado, taninos finos, com bastante tipicidade, corpo médio, um vinho muito agradável e creio que os preços rondam os R$50 a 60,00. Uma interessante novidade no mercado que merece ser provado, certamente agradará.

Santo Emilio é um produtor de Santa Catarina que possui somente dois, porém muito saborosos rótulos. O Espumante Rosé é muito fresco, saboroso e terei o prazer de contar com aPrazeres 007 presença dele numa prova de Espumantes Rosés que farei ainda este mês. Já tinha provado antes e confirmei agora, que seu tinto Leopoldo, um corte de cabernet e merlot é muito bem feito, saboroso, bom volume de boca, taninos aveludados que abre bem em taça e me agrada bastante. Seu preço, no entanto, algo próximo a R$75,00 aqui em São Paulo (Eivin) me parece exagerado. Não sei, mas tenho a sensação que existem uma série de produtores nacionais que desejam amortizar investimentos deste porte em cinco anos e saem com estes preços, mas enfim é meu feeling e imagino que eles lá saibam o que estão fazendo.

Prazeres 003Peninsula, acho que foi o ponto alto do pessoal do vinho neste evento, a empresa que maior número de vinhos de qualidade levou ao evento. Começando pelo Val de Sil elaborado com a pouco conhecida uva Godello, muito aromático, diferente e instigante que mostra uma untuosidade e bom corpo ao palato, boa acidez, um vinho gastronômico por excelência. Provei novamente o Losada e confirmei, muito bom e instigo os amigos a provarem, é diferente, saboroso ePrazeres 002 com uma ótima acidez que nos faz aguar e pedir mais. Por falar em aguar, o que falar do infante AAlto 2006, uma criança que mal começa a engatinhar e já mostra do porquê esse vinho ter a fama que tem? Agora, me dobrei mesmo foi ao Viña Sastre Pago de Santa Cruz 2003, que VINHAÇO! Encorpado, harmônico extremamente saboroso, complexo, taninos aveludados, terroso e um final em que aparecem especiarias e frutos negros com enorme persistência. Para tomar a garrafa, divino!

          Tinha mais, no entanto tinha um compromisso e tive que sair logo, mas sem deixar de dar uma passada no estande da Nomu, empresa Sul-africana produtora de especiarias local em que me deparei com um chutney fantástico. Eu não sei vocês, mas minha memória tem ligação direta com meu estômago e aquilo que como. Quem ainda não sentiu os aromas ou gostos de infância?  Eu sinto direto e sempre que possível tento matar saudades! Da África do Sul, país onde estudei dos 11 aos 18 anos, trago Prazeres001gratas recordações gastronômicas, outras nem tanto. Umas pelo momento, outras porque me fazem viajar até hoje por sabores diferentes e marcantes, entre eles o Mrs. Ball’s Original Recipe Chutney! É bom demais e até pouco eu ficava na dependência de amigos que fossem á Alemanha, Inglaterra e, obviamente à África do Sul. Quem está trazendo este e outros produtos de lá, como os temperos da Nomu, é a Latinex (http://www.latinex.net/). Posso garantir que esse chutney consegue transformar qualquer peito de frango grelhado sem graça, num verdadeiro pitéu! Num curry então, aí nem se fala, bom demais da conta sô. Este eu recomendo sem medo de errar.

            Apesar do convite da amiga Fernanda Fonseca para um Wine Walk pelos vinhos portugueses sendo expostos, tive que me retirar tendo indo buscar as minhas garrafas para a degustação. Ao sair, a segurança me pergunta se o que tinha na caixa era vinho? Certamente que sim, disse eu, são para uma prova de vinhos que vou realizar e que os produtores/importadores me trouxeram para facilitar a logística. Fui barrado, não poderia sair com os vinhos.  Entendi a regra, certamente para inibir o comércio de vinho no evento, algo até entendível, mas há que se ter bom senso e discernimento, mas mesmo com todas as explicações de nada adiantou. Tive que esperar a “chefia” ser chamada que ao chegar me perguntou se estava tudo bem, o que obviamente não estava e que achava aquela situação um verdadeiro absurdo. Mostrar a credencial de imprensa também de nada adiantou, já que na minha não dizia “membro da corte ou amigo do rei”  e também não quis expor os amigos produtores e importadores a essa situação no minimo embaraçosa. A bem da verdade, em nenhum momento fui grosseiramente tratado, mas o momento foi de bastante constrangimento já que a chefia fez questão de me escoltar até a saída tendo tecido um comentário que agora até agora não entendi; “que conhecia bem a seus expositores”(??). Já os bêbados que teimavam em ser inconvenientes, esses não tiveram grandes problemas com a segurança não!  Enfim, um evento extremamente badalado, mas que, se já não me dizia muito, agora perdeu totalmente o interesse .

Salute e Kanimambo.

Ps. Me fez lembrar de algo! Já repararam como eles facilmente dão uma arma a um segurança de banco, mas esquecem de lhes prover de cérebro. Tá bom, há exceções, não devemos crucificar uma categoria inteira pela ausência de massa cinzenta de alguns, mas que é complicado, lá isso é!

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